Filosofia moderna

A filosofia moderna é a filosofia desenvolvida na Idade Moderna, produzida no período compreendido entre o século XVI e o XIX. Assim sendo, ela não se refere, portanto, a nenhuma escola filosófica específica.

O surgimento da filosofia moderna marcou um afastamento da filosofia praticada no Renascimento, a qual, no entanto, com sua ênfase no ser humano e suas capacidades, deu uma importante contribuição para o surgimento da filosofia moderna.

Embora haja controvérsias sobre exatamente em que ponto começa a filosofia moderna e quanto da produção filosófica do período do Renascimento deve ser incluído nela (o que faz com que alguns filosóficos sejam ora classificados como renascentistas ora como modernos), de modo geral, costuma-se considerar que a história da filosofia moderna começa com as obras do filósofo racionalista francês René Descartes. Outros exemplos de filósofos modernos são Jean-Paul Sartre, Hegel, Immanuel Kant e William James.

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Uma das principais ênfases da filosofia moderna é na epistemologia, que é o ramo da filosofia que estuda a natureza do conhecimento, suas relações com o ser humano e os meios de obtê-lo.

Para resumir a filosofia moderna, podemos apresentar algumas de suas principais escolas filosóficas, alguns dos filósofos que a englobavam e uma obra de cada um deles, de modo a dar uma ideia geral do que pensaram alguns dos mais importantes filósofos modernos.

Escolas e filósofos da filosofia moderna

Entre as escolas e áreas de estudo da filosofia moderna, podemos citar o racionalismo, o empirismo, a filosofia política e o idealismo.

Racionalismo

O racionalismo é uma teoria filosófica que defende que os testemunhos do sentido não são fontes confiáveis de conhecimento. Segundo ele, a verdade pode ser alcançada através do método dedutivo, partindo-se de algumas premissas que estejam além de dúvida para chegar a conclusões específicas.

Para o racionalismo, o ser humano não nasce com uma mente que seja uma página em branco. Por exemplo, um dos principais filósofos racionalistas, René Descartes, que costuma ser chamado de pai da filosofia moderna, acreditava que algumas ideias, como a de existência de Deus e conceitos matemáticos, nascem com o indivíduo, mesmo que ele nem sempre tenha consciência delas, e não dependem das experiências humanas.


Além de René Descartes, podemos citar como exemplos de filósofos racionalistas modernos Baruch Spinoza, autor de Ética demonstrada à maneira dos geômetras, e Immanuel Kant, autor de Crítica da Razão Pura.

Empirismo

A escola empirista tem uma abordagem que se opõe à da escola racionalista. A escola empirista defende que os sentidos são a única fonte de conhecimento. Essa escola dá grande ênfase ao método científico e ao teste de hipóteses e teorias.

Podemos citar como exemplos de filósofos empiristas modernos David Hume, autor de Tratado da Natureza Humana, John Locke, autor de Ensaio acerca do Entendimento Humano, e George Berkeley, autor de Tratado sobre os Princípios do Conhecimento Humano.

Filosofia política

De que trata a filosofia política? Ela se dedica ao estudo de assuntos como direitos, justiça, lei, liberdade e propriedade entre outros. Ela também discute a necessidade da existência de governos, quais as características de um governo legítimo, como os governos aplicam as leis e que direitos eles devem proteger.

Podemos citar como exemplos de filósofos políticos modernos Jean-Jacques Rousseau, autor da obra Do Contrato Social, John Locke, Montesquieu, autor da obra Do Espírito das Leis, Thomas Hobbes, autor de Leviatã, e Karl Marx, autor de O Capital.

Idealismo

O idealismo é uma escola filosófica que defende que a realidade é inseparável ou indistinguível da percepção humana, pois a realidade, tal como a conhecemos, é um produto da mente.

Podemos citar como exemplos de filósofos idealistas modernos Arthur Schopenhauer, autor de O mundo como vontade e representação, Hegel, autor de Fenomenologia do Espírito, e Immanuel Kant, já citado anteriormente.

Existencialismo

O existencialismo é uma tradição filosófica que, em suas tentativas de explicar a realidade, toma o indivíduo como ponto de partida.

Podemos citar como exemplos de filósofos existencialistas modernos Jean-Paul Sartre, autor de O Ser e o Nada, Simone de Beauvoir, autora de O Segundo Sexo, Friedrich Nietzsche, autor de Assim Falou Zaratustra, Martin Heidegger, autor de Ser e Tempo, e Soren Kierkegaard, autor de O Conceito de Angústia.

Pragmatismo

O pragmatismo é uma tradição filosófica que tem suas origens no final do século XIX nos Estados Unidos. Ele se preocupa com a relação entre as ideias e sua aplicação. Além disso, ele vê a aplicação dos métodos da ciência como uma possibilidade para otimizar a utilização do conhecimento.

Algumas interpretações do utilitarismo chegam a afirmar que ele só considera verdadeira uma ideia que seja útil.

Como exemplos de filósofos pragmáticos modernos podem ser citados Charles Sanders Peirce, que escreveu vários artigos acadêmicos, William James, autor de As Variedades da Experiência Religiosa, e John Dewey, autor de Moral Principles in Education (Princípios Morais na Educação).

Contexto histórico

Explicados os significados de algumas das escolas filosóficas da filosofia moderna, pode ser útil abordar, no que se refere à filosofia moderna, contexto histórico que marcou seu surgimento.

A filosofia moderna desenvolveu-se em um contexto em que surgiam novas ciências, e a ênfase do pensamento filosófico europeu estava sendo transferida de Deus (teocentrismo) para o ser humano (antropocentrismo), o que levou a uma diminuição da influência da Igreja Católica.

Esse período também sofreu os efeitos de grandes acontecimentos que afetaram o desenvolvimento da filosofia moderna. Como exemplos deles, podem ser citadas as Grandes Navegações e a Reforma Protestante, que forneceram incentivo para uma reavaliação do legado filosófico deixado por gerações anteriores e para a busca de novas maneiras de entender a realidade, levando assim a uma combinação de novas abordagens filosóficas com a rejeição de preceitos religiosos antigos.

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